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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

AutoEuropa: a lição que nunca aprendemos!

Trabalhadores da Autoeuropa vão ter um aumento de 3,9%
Aumento salarial é superior à proposta inicial da comissão de trabalhadores da unidade de Palmela.
Fonte: http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=450129

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Confesso que ao ler esta notícia fiquei com uma mistura de sentimentos.
Se por um lado fiquei muito feliz pela AutoEuropa e seus trabalhadores, por outro fiquei verdadeiramente deprimido pelas leis laborais neste país.

Mas vamos ás boas notícias primeiro... os trabalhadores da AutoEuropa viram os sacrifícios dos últimos anos, dar frutos. Viram que os cortes que sofreram numa altura em que a "sua" empresa estava em crise, não foram em vão. Assim que foi/é possível, a administração da "sua" AutoEuropa veio reconhecer e compensar os seus sacrifícios.

Isto numa altura em que certos ministros recomendam que o corte de salários da função publica faça escola no sector privado. Não podiam estar mais errados!!!

Falemos então nas leis laborais!!!
Em Portugal um trabalhador trabalha onze meses e recebe catorze salários, é um facto mas pode-se argumentar que recebe x por ano dividido em catorze prestações... Aceito!!!

O que eu não posso aceitar é que uma empresa em má situação financeira não possa reduzir os seus quadros de pessoal, de modo a se tornar viável e salvaguardar os outros postos de trabalho. E não me venham dizer que "Pode!!! Paga a indemnização e pode!!!" porque isso não é solução.
Se a empresa não consegue honrar os seus compromissos, como vai conseguir pagar as indemnizações???

Já ouvi muitas vezes o argumento da "precaridade", das "injustiças", dos "despedimentos arbitrários", etc, etc, etc...

Não podia discordar mais!!!!

Um BOM trabalhador arranja SEMPRE trabalho, independentemente da "gordura das vacas"!!!

O que as nossas leis laborais estão a fazer é reduzir a produtividade e recompensar os maus trabalhadores. Sejamos francos, um trabalhador que faça o suficiente para escapar a processos disciplinares têm o seu futuro garantido.
Enquanto que um bom trabalhador nunca será devidamente recompensado pois o seu empregador tem sempre de calcular as implicações que um justo aumento terá no futuro.

E, para quem tanto teme despedimentos arbitrários e injustos, a solução já foi inventada. Nos EUA as empresas que não despedem têm bonificações nos pagamentos á segurança social, as que despedem têm agravamentos. Onde está a lógica, perguntam vocês???
Fácil... Pelo lado do estado, quanto menos despedimentos, menos pagamentos de fundos de desemprego... Pelo lado das empresas, quanto menos despedirem, menos têm de pagar.

E o papel dos sindicatos nisto tudo????
Os sindicatos nacionais basicamente só servem para fazer barulho e greves á 6ª feira.
Ainda não vi nenhum sindicato nacional defender verdadeiramente os interesses dos seus associados, atrever-me-ia a dizer que só servem para os seus "Carvalhos da Silva" irem jantar com presidentes de bancos e receberem mensagens a disponibilizar quantias que a maioria dos associados só pode sonhar.

Querem defender os trabalhadores? Experimentem seguir o modelo dos sindicatos americanos.
1º As greves são marcadas para se protestar em frente ás instalações da empresa, e não para se fazerem fins de semana prolongados
2º Como qualquer emigrante reformado vos pode dizer, ele recebe duas reformas, uma do estado e outra da "união" (union/sindicato), esta reforma vem de um fundo sindical que serve de complemento de reforma e de complemento de fundo de desemprego.
3º O focus é defender o máximo de postos de trabalho possíveis dentro da conjectura do momento. Muitas vezes, defendendo parte salva-se o todo.

PS - Nos ultimos dias têm-se falado muito em reduzir o numero de deputados na assembleia da república... É o mesmo que pedir aos sindicatos que aceitem o despedimento de alguns trabalhadores para se salvar a empresa... IT WILL NEVER HAPPEN!!!

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